"Ferramentas aumentam os pedidos online de entregas no mercado brasileiro e já são responsáveis por cerca de 70% das solicitações. Empresas intensificam ações de Marketing."
O mercado de entrega de comida em casa no Brasil deve movimentar R$ 9 bilhões de reais neste ano, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes. De olho neste montante estão os aplicativos de delivery de refeições que devem ser responsáveis por 10% dessas transações.
O segmento bilionário chama atenção pela quantidade de empresas que prestam este tipo de serviço, que parece cada vez mais promissor. Não à toa os principais players estão apostando alto em estratégias de comunicação para se diferenciarem dos concorrentes com grandes aportes financeiros de investidores.
O dia a dia mais corrido, a falta de tempo para preparo das refeições e a conveniência em fazer pedidos pela internet são alguns dos motivos que ajudam a impulsionar esse canal. Ao concentrar os pedidos nesses marketplaces, os restaurantes conseguem ampliar suas operações e receberem maior número de solicitações sem precisar ampliar o quadro de funcionários, utilizando o tráfego da plataforma.
Além disso, elas também ajudam a divulgar os estabelecimentos por meio de ações de Marketing. O tamanho continental do Brasil é um dos pontos positivos para o setor, que ainda tem muito espaço para crescer. O segmento está dentro da tendência online-to-offline (O2O), que é uma aposta dos negócios que utilizam a tecnologia para conectar consumidores a prestadores de serviços, como fazem os aplicativos de táxi.
Fundado há quatro anos, o iFood é o principal player do setor e está focando todos os seus esforços para se manter nesta posição de destaque. Neste ano, a empresa está investindo R$ 60 milhões em Marketing e espera chegar a um milhão de pedidos pela plataforma até novembro deste ano.
Atualmente, a marca é de 900 mil solicitações por mês em uma rede com cinco mil restaurantes cadastrados em todo o país. “Estamos crescendo mês a mês e hoje já somos maiores do que soma das principais redes de delivery do país em faturamento”, explica Felipe Fioravante, CEO da iFood, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Investimentos em Marketing
Para reforçar a presença no mercado, as empresas estão saindo do ambiente digital e focando os esforços de comunicação em outros canais a fim de ampliar a base de consumidores. Como o setor representa apenas 10% do segmento de delivery de comida e a possibilidade de crescimento ainda é muito grande, a expectativa é de que o Brasil esteja entre os cinco maiores mercados do mundo.
A brasileira iFood, que conta com participação da Movile e da britânica Just Eat, está investindo em comerciais na televisão e em mídia online com presença nas principais redes sociais.
Além desses, a companhia tem investido ainda no Marketing Esportivo. Neste ano, a marca estampou sua logo por duas vezes na camisa do Santos Futebol Clube como patrocinador principal. A ação pontual serviu para reforçar a marca para todo o país, já que a companhia tem cobertura nacional, aproveitando a transmissão do Campeonato Brasileiro na TV aberta.
Este aumento de cerca de três vezes no orçamento de Marketing já está gerando resultado. “Começamos o ano com a média de 400 mil pedidos por mês e já estamos perto de 900 mil. Nossa meta, agora, é alcançar um milhão de pedidos antes do fim do ano”, comenta o fundador do iFood.
Com dois mil restaurantes ativos na plataforma, o concorrente Hellofood não abre o número de downloads e também o volume de pedidos por mês. Para conquistar os consumidores e ampliar o número de clientes, a empresa tem investido em anúncios no horário nobre na TV, programas de rádio e outdoor.
“Esses esforços, aliados à estratégia de Marketing digital, ajudam a aumentar o conhecimento da empresa e instigam os consumidores a experimentar o nosso serviço. Apostar apenas na mídia tem um impacto muito grande nos custos da empresa, tornando-se um risco para o negócio”, comenta Roberto Gandolfo, Co-CEO do HelloFood, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Ativações digitais
Apesar de destinar parte de seu orçamento em mídia tradicional, a HelloFood prefere manter a maior parte de suas ações no ambiente virtual a fim de otimizar as campanhas por permitir a segmentação, aumentando a conversão. Além disso, a empresa também está preocupada em criar ações que permitam o retorno dos consumidores baseados na frequência do usuário.
“As ferramentas de CRM permitem ofertarmos benefícios para que o cliente volte a utilizar a plataforma, com isso enviamos promoções específicas para cada tipo de consumidor. Utilizando essa inteligência digital conseguimos enviar conteúdo mais relevante para o nosso público. Atualmente, o HelloFood está presente em todas as plataformas online”, acrescenta Gandolfo.
Fundada em 2012, em Singapura, a organização iniciou as operações como PandaFood e rapidamente cresceu no mercado asiático, alcançando outras partes do mundo. Ao chegar no Brasil, em 2013, e em outros países da América e da Europa, a empresa foi rebatizada como HelloFood para afastar qualquer possibilidade de ser relacionada apenas à comida daquela região.
Assim como a concorrente, a companhia também nasceu 100% digital. “Atuamos como uma praça de alimentação online, onde o consumidor pode escolher entre várias opções. Mantemos um call center apenas para suporte em caso de algum problema, mas nossos pedidos são 100% online”, conta Gandolfo.
A rentabilização dessas empresas acontece por meio de comissões que são cobradas aos restaurantes por cada pedido feito. Em geral, são aplicados entre 10 a 15%. Apesar de também possuírem sites, os aplicativos são os principais canais desses modelos de negócio. No iFood cerca de 75% das solicitações são feitas apenas pelo aplicativo e no HelloFood esse índice é de 65%.
O uso dos diferentes meios se dá em função do comportamento dos consumidores. Em horário de almoço durante a semana, as empresas registram maior quantidade de solicitações por meio da web, quando as pessoas já estão trabalhando em seus computadores.
Com mais celulares ativos no país do que número de pessoas, é natural que os brasileiros se aproveitem das novas tecnologias para facilitar suas rotinas. “Cada vez mais as pessoas estão adotando os smartphones como ferramentas de produtividade e com o aplicativo. Fica muito mais fácil de fazer os pedidos, em relação ao site. Além disso, desde a fundação da empresa focamos no mobile como posicionamento de iFood.
Naturalmente, todos os nossos esforços e a forma como a marca se comunica é sempre como um aplicativo para pedir comida, o que faz com que os pedidos sejam feitos por esse canal”, comentou Fioravante.
Leia também: 5 maneiras para um aplicativo ter destaque no mercado. Dicas do Mundo do Marketing Inteligência. Conteúdo exclusivo para assinantes.
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