por Diego Abreu
Para o TechTudo
02/07/2016 07h00 - Atualizado em 02/07/2016 07h00
Postado em 03 de julho de 2016 às 09h50m
Os supercomputadores são importantes ferramentas para acelerar a pesquisa e o desenvolvimento nas mais diversas áreas. Recentemente, a China surpreendeu ao apresentar o supercomputador mais poderoso da atualidade. Enquanto isso, os americanos possuem quatro entre os dez mais potentes, e um total de 165 dentro do Top 500, ranking que classifica as máquinas de alto desempenho.
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Mas e o Brasil? Como está o país na corrida computacional? Em novembro de 2015, quando foi realizada a pesquisa mais recente, o Brasil era o 10º colocado entre os países com o maior número de máquinas de alto desempenho no Top 500, com seis computadores no total.
Entre as pesquisas desenvolvidas com a ajuda dos PCs estão o tratamento contra o Mal de Alzheimer, o mapeamento genético do vírus Zika e o desenvolvimento da indústria de óleo e gás.
Conheça abaixo as configurações de cada máquina e veja também a área em que cada uma delas ajuda. Entre a realização da pesquisa, em 2015, e junho de 2016 o país perdeu dois supercomputadores, mas continua líder entre os países latinos.
O Cimatec Yemoja é um dos supercomputadores brasileiros
em atividade (Foto: Divulgação/Governo da Bahia)
Santos Dumont
Entre os motivos para a queda nos números de supercomputadores ativas no Brasil está a falta de verbas para pagar a conta de luz. O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), por exemplo, precisou desativar o PC Santos Dumont, um dos mais potentes do país. Os módulos do SDumont integram o Sistema de Computação Petaflópica do SINAPAD (Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho).
Batizado com o nome de um dos maiores inventores brasileiros, o supercomputador fica na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro, e é constituído por três módulos distintos: GPU, CPU e Hybrid. Cada um deles está na lista Top 500.
Os três juntos chegam a 1,1 petaflops de desempenho, que em uma comparação simples chega a ser um milhão de vezes mais rápido que um notebook comum.
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Como supercomputador que é, a máquina era utilizada para diversas pesquisas diferentes, entre elas a identificação de cadeias de proteínas que podem ser utilizadas no tratamento contra o Mal de Alzheimer, estudo que o supercomputador levou três dias para realizar e que laboratórios comuns não conseguiram em três anos.
Antes de ser desativado, um dos trabalhos que estava sendo processado pela máquina era o mapeamento do genético do vírus Zika. Além de projetos de cardiologia, energia, petróleo e gás natural. Atualmente, o PC só é ligado por curtos períodos apenas para evitar defeitos pela falta de uso.
- Santos Dumont GPU
Desativado, SDumont faz falta para desenvolvimento de
pesquisas científicas (Foto: Divulgação/LNCC)
O módulo GPU do Santos Dumont, composto por 10.692 núcleos de processamento da Intel Xeon e Nvidia K40, chega a 456,8 teraflops (0,456 petaflops) e é o 265º no ranking internacional.
- Santos Dumont Hybrid
Gasto com energia elétrica depois da ativação do SDumont
chegou a R$ 500 mil mensais (Foto: Divulgação/Sinaped)
- Santos Dumont CPU
A estrutura do SDumont ocupa cerca de 380 metros quadrados
(Foto: Divulgação/LNCC)
Cimatec Yemoja
Cimatec Yemoja é utilizado principalmente para pesquisas
de geofísica (Foto: Divulgação/CNI)
Apesar de ser utilizado prioritariamente para pesquisas de geofísica focando no desenvolvimento da indústria de óleo e gás, o Cimatec Yemoja também traz benefícios para várias outras áreas de pesquisa, como a farmacêutica e química.
Esse supercomputador é equipado com processadores Intel Xeon e Xeon Phi, especialmente desenvolvidos para uso em grande escala. A máquina tem 400 teraflops (0,4 petaflops) de desempenho.
Grifo04
Grifo04 chegou a ser o 68º mais rápido do mundo em 2012
(Foto: Divulgação/Petrobras)
Seu design foi criado pelo time de desenvolvimento da Petrobras e fabricado pela empresa Itautec. Equipado com 1088 GPUs Nvidia Tesla M2050, o Grifo04 atinge um desempenho de 251,5 teraflops (0,251 petaflops) e é utilizado para estudos sísmicos e mapeamento da camada pré-sal.
Tupã
Supercomputador Tupã, instalado em prédio do Inpe no interior
de São Paulo (Foto: Divulgação)
Fabricado pela Cray, o modelo é um XE6 com capacidade de 214 teraflops (0,214 petaflops). Em atividade até hoje, o Tupã atende aos centros de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), o de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) e outros órgãos de pesquisas climáticas gerando previsões mais precisas e confiáveis.
O Tupã foi de fundamental importância para o desenvolvimento do Modelo Brasileiro do Sistema Climático Global, um dos maiores projetos de estudo sobre o clima na América do Sul. Com sua vida útil terminando em 2017, um novo supercomputador deve ser adquirido ainda nesse ano para substituí-lo.
Via CNI, LNCC, Petrobras, INPE e Top500
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