Total de visualizações de página

quinta-feira, 24 de maio de 2018

GDPR deve acelerar discussão sobre privacidade dos usuários no Brasil


António Santos Lourenço, 
2018/05/23, 10:15 
Postado em 24 de 2018 às 21h00m 
O GDPR deve acelerar a discussão no Brasil de como as empresas devem garantir o uso correto e seguro das informações dos usuários.

O Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR, na sigla em inglês), que entrará em vigor no próximo dia 25 de maio na Europa, deve acelerar a discussão no Brasil de como as empresas devem garantir o uso correto e seguro das informações dos usuários, avaliam especialistas no assunto. A norma entra em vigor no continente europeu na esteira dos recentes escândalos de vazamentos de dados dos usuários do Facebook.
A evolução sem precedentes da internet e o aumento constante na geração de dados proporciona um grande desafio sobre proteção e privacidade de dados pessoais, exigindo a aplicação de medidas de segurança sólidas e forte conscientização por parte das empresas, avalia Gabriel Camargo, diretor e fundador da Deep Center, empresa brasileira de Big Data e Business Analytics.
O executivo participou, no último dia 3 de maio, em Lisboa, Portugal, de um workshop que abordou os aspectos práticos da aplicação da GDPR por parte das empresas. A nova legislação prevê um endurecimento no trato das informações dos usuários por parte das empresas com o objetivo de aumentar a privacidade de dados pessoais. Esse regulamento considera obrigações que pode acarretar em multas altíssimas para as organizações em caso de não cumprimento, afirma Camargo.
Apesar de ser uma norma europeia, a GDPR pode afetar empresas localizadas no Brasil e em outros países. Ou seja, é aplicável a companhias ou instituições de qualquer região do mundo que processem, monitorem ou recebam dados pessoais de indivíduos localizados em qualquer dos 28 países da União Europeia.
O agravante nisso tudo é que poucas são as empresas preparadas com medidas de segurança confiáveis. Uma pesquisa realizada pela empresa de tecnologia SAS com 340 executivos de pequenas, médias e grandes empresas apontou que apenas 45% das organizações possuem um processo estruturado para cumprir o GDPR, mas só dois terços delas acham que esse processo levará a uma conformidade bem-sucedida. Na verdade, muitos admitem não saber como determinar se são compatíveis ou não com a regulamentação, de acordo com a pesquisa.
Essa determinação da legislação europeia sobre a proteção de informações de seus usuários forçarão as empresas brasileiras a se adequarem, mesmo que não haja uma lei formal no País, avalia Bruno Prado, CEO da UPX Technologies, empresa especialista em segurança digital A medida trará um avanço, mas também vai demandar mais investimentos nos processos e tecnologias necessários para garantir a segurança desses dados, afirma Prado.
A exemplo do caso do Facebook, que esteve no centro de uma polêmica relacionada à privacidade dos dados de seus usuários, que tiveram suas informações vazadas para a empresa de marketing político Cambridge Analytica, empresas brasileiras também protagonizaram situações semelhantes. O caso de maior destaque foi protagonizado pela varejista Netshoes, que teve cerca de dois milhões de clientes afetados por um ataque hacker, ocorrido em dezembro passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário