Máquina foi preparada como obra de arte por artista chinês.
Por Altieres Rohr
Postado em 23 de maio de 2019 às 19h15m
Computador foi contaminado com seis pragas digitais. A mais visível dela é o WannaCry, que deixa uma cobrança de resgate na tela para recuperar os arquivos criptografados. — Foto: Reprodução
Postado em 23 de maio de 2019 às 19h15m
Computador foi contaminado com seis pragas digitais. A mais visível dela é o WannaCry, que deixa uma cobrança de resgate na tela para recuperar os arquivos criptografados. — Foto: Reprodução
O artista chinês Guo O Dong preparou um notebook contaminado por algumas das pragas digitais mais perigosas já criadas como uma obra de arte chamada "A Persistência do Caos".
O computador está sendo leiloado pelo valor mínimo de US$ 1,1 milhão, cerca de R$ R$ 4,3 milhões. A máquina está em Nova York, nos Estados Unidos.
O valor final — e se esse valor será pago — só será conhecido ao fim do leilão, que deve terminar em quatro dias.
O site oficial do projeto conta com um vídeo em tempo real do computador. Na tela, é possível ver a janela do WannaCry, um vírus de resgate que cobrava valores em Bitcoin para supostamente recuperar os arquivos das vítimas. O WannaCry contaminou várias empresas e causou interrupções de serviços públicos em 2017.
A imagem da tela do notebook é capturada por uma câmera, já que a máquina está totalmente desconectada da rede.
O notebook é na verdade um netbook (compacto de 10,2") da Samsung, modelo NC10 de cor azul, de 2008. A máquina vem com o Windows XP. Não foi especificado o motivo da escolha desse computador, avaliado em aproximadamente R$ 500 no mercado de usados.
O site alerta que comprar e vender pragas digitais para o uso em ataques cibernéticos é ilegal nos Estados Unidos e que a máquina só deve ser usada para fins artísticos ou acadêmicos. Guo O Dong afirma criar obras sobre a sociedade conectada e a influência da cultura americana na internet.
Quais vírus que estão no notebook?
O projeto reuniu pragas digitais responsáveis por epidemias que causaram bilhões de dólares em prejuízo. Segundo as estimativas usadas pelo projeto, os seis vírus instalados no notebook foram responsáveis por US$ 95 bilhões (cerca de R$ 400 bilhões) em prejuízos. De acordo com o site do projeto, as seguintes pragas digitais foram instaladas no notebook:
- I Love You: Uma praga que circulou por e-mail no ano 2000, notória pelas mensagens que prometiam declarações de amor. A praga digital foi criada em VBScript, o que permitiu que dezenas de variações fossem criadas, desafiando filtros e antivírus. É o vírus mais antigo instalado no sistema.
- SoBig: Uma família de pragas digitais que se espalharam por e-mail em 2003. A sexta variação do vírus, conhecida como SoBig.F, foi a mais notória pela velocidade com que contaminou sistemas.
- MyDoom: Outra praga digital que se espalhou por e-mail em 2004. Agressivo, o vírus também lançava ataques contra os servidores de atualização do Windows.
- BlackEnergy: Diferente das demais pragas digitais por não ter causado uma epidemia, o BlackEnergy é um conjunto de códigos maliciosos encontrados em instalações elétricas na Ucrânia. Foi responsável por um blecaute no país em 2015.
- WannaCry: Vírus de resgate de 2017 que contaminou centenas de milhares de computadores, prejudicando serviços públicos por conta de sua capacidade destrutiva. Ele criptografava os arquivos, deixando sistemas inoperantes e cobrando um valor em Bitcoin para retornar a máquina ao seu estado original.
- Dark Tequila: Vírus revelado em 2018 utilizado em fraudes bancárias na América Latina, principalmente no México.
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