"Em entrevista, Luciana Lanzoni, Diretora-Executiva do Instituto BRF fala sobre as iniciativas da organização, além dos desafios e perspectivas para os próximos anos."
*\\* Por Com:Atitude || 04/05/2012
Com:Atitude: Quais são as prioridades de investimento do Instituto BRF?
Luciana Lanzoni:
C:A: E quais são essas “avenidas”?
LL: Uma das nossas frentes estratégicas são as redes interssetoriais. Por meio delas, estimulamos junto às comunidades debates sobre as prioridades para cada região. Projetos como o Comunidade Ativa e o Laços de Proteção, em parceria com a Childhood, são exemplos deste eixo. Outra frente que trabalhamos é o fortalecimento do terceiro setor, em que chegamos a apoiar 8,6 mil pessoas. Em breve, lançaremos um programa estratégico com foco em controle social, inovação e assistência. Por fim, trabalhamos uma frente de políticas públicas, com projetos-piloto junto ao poder municipal. Neste caso, educação infantil e informática educacional figuram entre as principais iniciativas, mas estamos planejamento formas de expandir a abrangência deste bloco. Ano que vem, pretendemos atuar em mais uma frente, focada em empreendedorismo e empregabilidade.
C:A: Qual o montante investido atualmente nas ações e que estrutura sustenta as atividades do instituto?
LL: Temos uma verba de mais de R$ 5 milhões, mas é importante delimitar que trabalhamos com recursos que não são apenas financeiros. Contamos também com os voluntários da BRF e ativos de geração de conhecimento, bem como de capacitação, de modo que nossa experiência se transforme em saberes que possam ser usados e empregados nas comunidades. Hoje atuamos em 29 municípios, nos quais gerimos 27 comitês de investimento social. São quase 210 funcionários envolvidos. Neste ano, pretendemos chegar a 40 cidades.
C:A: Como funcionam estes comitês?
LL: Eles podem ter de cinco até 15 pessoas, de maneira que possam ter representatividade de todas as áreas nas nossas unidades. Estes comitês são interfaces que fazem a gestão do investimento social nas comunidades em parceria com as equipes do instituto. Por isso, precisam manter forte diálogo em nível local. É importante saber que as funções nos comitês não dependem de nível hierárquico na companhia. Isso, inclusive, abre espaço para o desenvolvimento de novas lideranças.
C:A: De que forma o Instituto BRF consolida os investimentos legados de Sadia e Perdigão?
LL:
C:A: Um instituto como o de vocês demanda um engajamento consistente junto a parceiros para que as ações tornem-se realidade. Que desafios residem nesta tarefa?
LL: Cada organização tem um jeito, um tempo, um procedimento. A gente acredita que esse é o caminho para o mundo se transformar – pela união de diferentes saberes. Uma das questões que a gente tem trabalhado muito é a interação entre os comitês gestores de ISP e as equipes do instituto. Os membros do comitê, além de cumprirem a função previstas em seus cargos tradicionais, têm que participar da estratégia, do monitoramento e não apenas da implementação dos projetos. Eles são mesmo vistos como gestores e devem facilitar ao máximo o diálogo nas comunidades e junto ao instituto. Buscamos ter diretrizes claras para uso dos recursos e transparência no reporte de resultados. Quanto mais investimos em conhecimento e aprendizagem, melhor.
C:A: Há previsão para internacionalização das atividades do Instituto BRF?
LL: As discussões sobre esse tema ainda irão começar. Provavelmente tatearemos isso nos próximos dois anos. O desafio de 2012 era colocar o instituto “na rua”.
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