"Pesquisa aponta para o perfil de consumidor “mais por menos”, aquele que exige bons serviços no varejo, valores mais baixos nos produtos e está ciente das marcas que deseja."
*\\* Por Leticia Muniz || 21/08/2012
O estudo ouviu 360 pessoas que migraram de classe social nos últimos cinco anos em São Paulo e mostra que, apesar de ter tido um acréscimo em sua renda, essa parcela da população traz a chamada herança do preço baixo. Para 91% dos entrevistados, o valor dos produtos foi apontado como principal atributo na decisão de compra. “Foi um consumidor que cresceu e amadureceu dentro de um contexto de contenção. Hoje ele possui uma condição de compra melhor, mas não abandonou o valor que dá ao preço”, explica o Sócio Sênior da GS&MD, Luiz Goes, em entrevista ao Mundo do Marketing
Adaptação do Varejo
A pesquisa também levantou que a casa é o epicentro do convívio das famílias do consumidor Mais por Menos e o comportamento dita o consumo no varejo. Entre os principais serviços contratados nos últimos dois anos aparecem, em primeiro lugar, TV por assinatura (32%) e, em terceiro, Internet (28%). Em segundo lugar, estão os celulares pré-pagos (30%) que não são associados diretamente à casa.
Do total, 49,5% dizem passar o tempo com a família em casa, 40% assistem TV/filmes em casa, e a média cai para 29% quando falamos em sair com amigos ou namorado. “Tudo gira em torno da casa, que é o local preferido para gastar as horas de lazer. Eles preferem ficar assistindo a um filme com a família ou convidar os amigos. Por isso houve uma explosão grande nas vendas de eletroeletrônicos nos últimos anos. A casa é tão importante que esse consumidor deseja ver na loja física o reflexo do aconchego da casa”, afirma Goes.
Aspirações futuras
Com relação às aspirações para o futuro, a casa também está nos principais planos dessa parcela da população. O grande sonho de consumo da classe emergente é um imóvel novo, maior ou melhor localizado, questão apontada por 45% dos homens e 40% das mulheres. Em segundo lugar na lista de desejos vem o carro, com 32% e educação, com 27%.
A educação aparece nas citações como uma forma de buscar uma melhor remuneração e, consequentemente, melhores condições de vida. “As pessoas buscam a educação como forma de conseguir um emprego melhor e ganhar mais. O estudo não é uma finalidade, mas um meio. Uma forma de galgar socialmente. São pontos que estão impactando e vão impactar as marcas e os produtos daqui para a frente”, conta o Sócio Sênior da GS&MD.
O estudo mostra que as marcas precisam, cada vez mais, estar atentas ao atendimento nas lojas físicas, já que o consumidor Mais por Menos não possui a cultura de comprar por meio do e-commerce. Entre os ouvidos, 55% não se veem comprando pela internet no futuro. “Esse é um desafio que as marcas têm de inserir esse consumidor dentro do universo do e-commerce. Entre os fatores principais para este impedimento está uma barreira mundial que é a questão de inserir os seus dados bancários ou de cartão na rede. O segundo motivo alegado foi a falta do acesso à internet”, diz Goes.
Para se adaptar a essa tendência de consumo, o varejo precisa entender o novo perfil de consumidor, investindo em melhores ofertas de preço e em um atendimento de qualidade. “Esses são aspectos que precisam ser incorporados no dia a dia do varejo. Não dá mais para continuar atendendo do mesmo jeito e as marcas precisam compreender isso”, explica Luis Goes.
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