"Estratégia de criar interação e atratividade nas gôndolas de hipermercados pode ser o pontapé inicial para alavancar vendas, mas falta visão institucional das marcas."
*//||\\* Por Isa Sousa || 25/07/2012
Relacionamento estratégico
O relacionamento estratégico entre as empresas e os shoppers é o primeiro passo para que as ações de Gerenciamento de Categorias deem retorno. Ainda que as marcas não divulguem números de faturamento, as que se sobressaem no mercado não são, necessariamente, as que mais crescem, mas sim as que se mantêm por mais tempo. Os 15% de aumento nas vendas que um bom Gerenciamento de Categoria pode alcançar, representa, segundo D’Andrea, um faturamento de até dois dígitos superior em relação ao que antes da estratégia se chegava.
Outro ponto é saber segmentar os produtos de maneira que eles atendam o maior número de consumidores. “É preciso pensar no que dá mais resultado, com menos esforço, o que significa entregar soluções. Os produtos que estarão em destaque na Zona Sul não serão os mesmos que os da periferia, por exemplo. Os primeiros ganhos e os mais rápidos estão na gestão de sortimentos. Quem faz bem feito ou testa ações consegue manter esse crescimento por mais tempo”, afirma o especialista.
Para chegar a uma gôndola na altura dos olhos, focada em lâminas de barbear para o público masculino, a Gillette realizou longas pesquisas com shoppers para identificar oportunidades de crescimento no varejo. “Buscamos atender as demandas. No caso do universo masculino, temos uma área na América Latina trabalhando exclusivamente na melhoraria da experiência de compra. Como é uma categoria não planejada de consumo, foi pesquisado o melhor modelo de exibição. Desenvolvida a categoria, a marca consequentemente cresce com ela”, explica Elaine.
O resultado refletiu na expansão da estratégia e, hoje, a P&G está ampliando a área voltada para os homens com todas as soluções para eles, incluindo desodorantes, shampoos e até mesmo itens de outras marcas, que não constam no portfólio da empresa, como preservativos. Nesse sentido, ações da Unilever também são pioneiras no Brasil. O país foi o primeiro a receber o Consumer Insight and Innovation Centre (CIIC), em 2010.
Qual o futuro do Gerenciamento?
A busca da identidade de um Gerenciamento de Categoria genuinamente brasileiro aponta pelo menos três tendências que devem ser implementadas em um futuro breve no país. A primeira delas é a terceirização que a estratégia deve passar.
Por uma questão de custo e escala, as consultorias farão parte cada vez mais dos processos de desenvolvimento de projetos. “Obviamente, não as questões estratégicas, mas a terceirização deixará o sistema mais rápido e barato”, confirma D’Andrea. Hoje na P&G, por exemplo, o trabalho manual não é feito pela mesma equipe que elabora as estratégias. “Meu time não perde tempo desenhando planograma. Focamos na análise de perfil do shopper, do cliente e qual melhor produto eu tenho que ter na rede”, diz Elaine Rocha.
Outra mudança será na incorporação do Gerenciamento de Categoria, que tem em sua base sortimento e espaço, com o Shopper Marketing, que trabalha ações relacionadas a preço, visibilidade e promoção. Com a junção, o relacionamento poderá ser ampliado. “As iniciativas poderão ser mais estratégicas porque o Gerenciamento trabalha com a compreensão do comportamento do shopper e como ele pensa, que é a mesma base para iniciativas de Shopper Marketing”, afirma o especialista.
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