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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Mercado de saudabilidade e bem-estar cresce também no Brasil


"Entre 2008 e 2013, lançamento de produtos e remodelagem de embalagens para diabético, alérgico ou vegetariano cresceu uma média de 50%. Estudo é do Mundo do Marketing com a Mintel."




#*|-:-|*# Por Lilian Calmon || 01/10/2013




Seguindo a tendência internacional, o mercado de saudabilidade e bem-estar cresce no país. Empresas lançam novos produtos mais saudáveis e até uma nova categoria foi criada nos últimos anos, a dos aliméticos, que são os alimentos com propriedades cosméticas. 

Entre 2008 e 2013, a média de crescimento de lançamentos e de remodelagem de embalagens foi de 50% para itens voltados a diabéticos, alérgicos, veganos ou vegetarianos de acordo com estudo encomendado pelo Mundo do Marketing ao Instituto Mintel.

A busca das pessoas por mais equilíbrio abre oportunidades no setor como a criação de e-commerces voltados para quem procura qualidade de vida. Em agosto de 2013, pela primeira vez, o índice de sobrepeso no Brasil atingiu mais da metade da população, alcançando 51% segundo levantamento da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) baseado no ano passado. Em 2006, primeiro ano da pesquisa, o índice era de 43%.

Apesar do resultado, cerca de 70% dos consumidores leem sempre os rótulos das embalagens, sendo que 52% deles procuram informações sobre calorias, 39% sobre gordura, 29% sobre colesterol e 27% sobre açúcar. 

Para 40% dos brasileiros, a televisão é a principal fonte de informação sobre a importância dos alimentos. Em segundo lugar, aparecem praticamente empatados os médicos e os nutricionistas com 20% e 19%. Os números são do projeto Brasil Food Trends 2020, desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).


Tendências nacionais
Das quatro tendências de alimentação encontradas no Brasil, três são similares às globais: as pessoas não têm tempo para cozinhar em casa, com 34%; a marca é o mais importante na escolha do alimento, com 23%; e a opção pelo mais gostoso quando comparado ao mais saudável, também com 22%.  

A quarta tendência nacional, com 21%, é uma fusão entre a decisão de comprar um produto saudável mesmo que ele seja mais caro e a preferência por itens fabricados por empresas que protegem o meio ambiente ou desenvolvem ações sociais. Os dados são do Brasil Food Trends 2020.

A conexão entre bem-estar e a sustentabilidade foi observada pelo site de autoconhecimento Personare, agora reposicionado como Grupo Personare. O Grupo investiu R$ 600 mil na startup Shopping Holis, o primeiro shopping online de bem viver do país, tornando-se um agregador de produtos, serviços e profissionais com foco em bem-estar, autoconhecimento e qualidade de vida. 


“Vimos que a sustentabilidade é a base do bem-estar. O quanto você liga para ações sustentáveis desenvolvidas a sua volta se estiver estressado? Queremos trabalhar o interior das pessoas, porque, quando estamos em equilíbrio, tendemos a consumir menos”, diz Carolina Senna, Diretora do Grupo Personare em entrevista ao Mundo do Marketing.

A ideia surgiu a partir de pesquisas que mostraram a existência de varejistas no setor de saúde e bem-estar que não conseguiam vender seus produtos online, porque, muitas vezes, o consumidor não tinha confiança nos sites. 

“O público queria comprar, mas não sabia onde e não tinha confiança. Do lado dos varejistas, alguns ficaram empolgados com a oportunidade de falar com a nossa base de dados, mas outros ficaram com medo e aí entrou a nossa parte educacional”, comenta a Carolina. Lançado em julho de 2013, o próximo passo do Holis será investir em varejistas que não têm nenhuma presença na web. “Não queremos ser só intermediários, queremos atuar também na organização do setor”, antecipa Carolina Senna.


Qualidade da informação
Atento ao potencial dos produtos que fizessem algo a mais pela saúde, Edson Mazzeto Jr criou a marca de sucos funcionais Juxx  em 2006. 

Naquela época, os consumidores já se interessavam por esses itens, mas hoje eles estão mais imbuídos do conceito. Um dos motivos para isso é a facilidade de acesso a informações via internet. Cerca de 60% dos brasileiros se consideram informados sobre a importância da alimentação. 

No entanto, em relação a produtos funcionais, 40% das pessoas não sabem do que se trata e 30% só conhecem de ouvir falar, de acordo com o estudo Brasil Food Trends 2020.

A consultora de meio ambiente Karla Macedo, de 33 anos, costuma pesquisar na web novidades nas áreas de alimentação e de exercício físico. Desde a adolescência, ela se preocupa com o que come e esse ano resolveu adotar a nutrição funcional. “Não são todas as pessoas que conseguem seguir a dieta, mas isso depende do objetivo de cada um. 

Tinha enxaqueca, cortei a lactose da minha alimentação e melhorei. Quero envelhecer bem e magreza não necessariamente é sinônimo de saúde. Se meu organismo está equilibrado, não tem motivo para eu estar acima do peso”, diz Karla Macedo, em entrevista ao portal.

A Juxx vem trabalhando em conjunto com profissionais de saúde desde a sua entrada no mercado brasileiro. “A minha primeira ação foi buscar uma junta de médicos que dessem parâmetros para a formulação do produto no laboratório. 

Não adianta uma fruta ser benéfica para a saúde se, na hora de produzir o suco, a qualidade nutricional não for mantida”, explica Edson Mazzeto Jr., Diretor da Juxx, em entrevista ao Mundo do Marketing. Para 2014, a previsão é que seja lançada uma linha de produtos sem açúcar para as crianças.

Aliméticos à venda no exterior
Além de saúde, os brasileiros também demonstram interesse por alimentos com propriedades cosméticas, os chamados aliméticos, que são uma nova categoria de produto criada pela marca Beauty’In em 2010. 


Inspirada nos shots de colágeno japoneses, a empresária Cristiana Arcangeli apostou em balas, barras de cereais, chocolates e bebidas com colágeno e vitaminas que pudessem ser facilmente incorporados no dia a dia dos brasileiros e que não fossem caros.

A nova funcionalidade foi rapidamente compreendida pelos consumidores. “Isso foi uma surpresa para mim, acho que o conceito já devia estar no inconsciente coletivo dos brasileiros. Começamos em 2010 com oito produtos, passamos para 12, depois para 35 e, no final do ano, chegaremos a 135 itens”, diz a CEO da Beauty’In e a imortal da Academia Brasileira de Marketing, Cristiana Arcangeli, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Os aliméticos estão à venda na Inglaterra desde outubro do ano passado e, em setembro, o beauty drink, com zero conservante e zero açúcar, fez sua estreia como a bebida oficial da London Fashion Week numa parceria que durará três anos. “Londres é um berço de lançamentos e de tendências. 

Eles nos chamaram porque gostaram muito da ideia de um produto mais saudável ligado à beleza e ao bem-estar. É uma grande honra e uma grande responsabilidade”, comenta. No início de 2014, a Beauty’In chega aos mercados dos Estados Unidos e do México.

Veja abaixo o gráfico com base no levantamento da Mintel, que monitorou alimentos para bebês, pães, cereais para café da manhã, laticínios, sobremesas e sorvetes, balas e chicletes, molhos de mesa e temperos, chocolates e sopas em cinco categorias: funcional; menos; natural; plus; e indicados para.
 


Leia mais: Beauty’In conquista o Brasil, Inglaterra e parte para os EUA e México. Conteúdo exclusivo para assinantes +Mundo do Marketing. Acesse aqui.

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