"Com os consumidores cada vez mais conectados por diversas plataformas, canais digitais devem se preparar para continuar impactando o público por qualquer dispositivo."
Com os consumidores conectados por diferentes plataformas durante a maior parte do dia, os e-commerces devem consolidar em 2016 o uso da estratégia de cross-device para identificar o usuário em qualquer dispositivo e continuar a impactar a audiência com ações assertivas.
Com o comportamento online do comprador mudando a cada dia graças aos novos hábitos de navegação, manter um diálogo único com o público, onde quer que ele esteja, virou um grande desafio.
Se antes os cliques aconteciam apenas por desktops, agora o consumidor navega a todo instante na palma da mão, sendo impactado por milhares de conteúdos no mundo virtual e também no real, o que pode influenciar na tomada de decisão.
Com isso a compra pode começar pelo smartphone, passar pelo tablete e ser concluída no laptop. Ou então, fazer o caminho inverso ou ainda usar apenas um ou dois canais. É o consumidor quem decide.
Apesar de parecer complicado, por incluir diversas plataformas, utilizar a estratégia é simples, segundo especialistas. “Não é preciso grandes investimentos em TI para utilizar o cross-device. Basta implementar uma tag no site para a captação de alguns dados, que serão usados para a identificação do usuário entre os dispositivos.
Com as informações, o planejamento de comunicação é otimizado, o que gera um melhor retorno nas vendas. A própria plataforma identifica o comportamento da pessoa e o algoritmo entrega a campanha que tem maior chance de conversão”, explica Fernando Tassinari, Diretor Geral da Criteo no Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A força do mobile commerce
Esse ponto de envolvimento e busca pelo consumidor pelos diversos devices só foi possível por conta do aumento da importância dos aparelhos celulares para o comércio eletrônico. Os dispositivos cada vez mais modernos e que facilitam a navegação ajudam o varejo online a converter venda.
Além disso, as campanhas nas redes sociais, um dos principais ambientes de visitação pelo dispositivo, também contribuem para atrair o consumidor, além do uso cada vez mais intenso dos aplicativos.
Apesar de não ser novo e estar em franca expansão, o m-commerce ainda é apontado como tendência de consolidação em 2016. “Há muitos anos todo mundo fala de mobile, mas em 2015 o canal começou a ser utilizado com maior intensidade pelas grandes companhias.
Muitos desenvolveram aplicativos próprios, melhoraram a experiência de uso dos sites pelo dispositivo. Todos já enxergaram que ter uma estratégia mobile bem definida ajudará a aumentar a receita daqui pra frente. O ano passado serviu para as empresas criarem um alicerce para continuarem investindo neste dispositivo como canal de venda e ainda para captação de clientes”, acrescenta Tassinari.
O uso de ferramentas para pedir táxi ou entrega de comida ajuda a popularizar o uso de aplicativos e ainda a compra no celular. Apesar de cada vez mais crescente, a compra pelos dispositivos móveis ainda é incipiente se comparada ao uso dos desktops.
Mas a tendência é que, de olho na promessa de conveniência, os consumidores optem cada vez mais por este tipo de compra. O valor gerado com compras via dispositivos móveis crescerá, em média, 46% ao ano no Brasil entre 2013 e 2016, segundo pesquisa realizada pelo PayPal e pela Ipsos.
Crescimento deve se manter nos dois dígitos
Se o m-commerce ascende, o e-commerce não fica atrás. Assim como aconteceu em 2015, o varejo online deve superar a crise e continuar crescendo. Apesar do clima de incertezas, desaceleração na economia, o canal ainda tem muito consumidor para conquistar e com isso a expectativa é de o crescimento continue na faixa dos dois dígitos.
De acordo com projeções da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), os varejistas online deverão movimentar em 2016 R$ 56,8 bilhões, o que representa crescimento de 18% em relação ao ano passado.
Este crescimento é menor do que o registrado em 2015, mas isso se dá porque o volume financeiro vai aumentando. “Apesar de todos os fatores que geram instabilidade, vejo o 2016 de maneira otimista. O cenário ainda é de recessão, mas dois fatores ajudam a movimentar o e-commerce e contribuem para as projeções otimistas: o primeiro é que o consumidor tem a percepção de que comprar online é mais barato.
O que ajuda o canal em um cenário de crise, pois certas aquisições não deixarão de ser feitas, mas o varejo virtual pode ser o escolhido por conta deste diferencial. Outra questão é o número de novos consumidores que estão comprando pela internet pela primeira vez.
Só neste ano, quatro milhões de brasileiros que experimentarão este modelo de compra”, comenta Maurício Salvador, Presidente da ABComm, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A performance do varejo online no fim de ano, reforça o otimismo de Salvador. As vendas de Natal no e-commerce brasileiro registraram novamente aumento em 2015.
O faturamento das lojas virtuais alcançou um crescimento nominal de 26% na comparação com 2014, chegando a R$ 7,4 bilhões, segundo levantamento da E-bit/Buscapé. A quantidade de pedidos chegou a 17,6 milhões, um aumento de 16% em comparação ao mesmo período do ano passado, assim como o tíquete médio, que foi de R$ 420,08, um crescimento de 8,4%.
No total, 9,3 milhões de consumidores se conectaram para ir às compras pela Internet, 17,2% a mais que em 2014. Se diante de tanta dificuldade o canal bateu recordes de venda, a perspectiva é que o varejo online nacional se supere ainda mais nos próximos anos.
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