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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Internet das coisas: o que falta para migrar do nicho ao mainstream?

"Tecnologia pode gerar de US$ 4 trilhões a US$ 11 trilhões em valor, globalmente, em 2025, com venda de equipamentos para casas conectadas e para empresas, diz McKinsey."


*.-#-.* Por Renata Leite | 13/01/2016


Certamente você já ouviu a frase “Este é o ano do mobile”, mas em 2016 esta afirmação ganha um sentido mais amplo do que o convencionalmente pensado. 

Os avanços devem extrapolar os smartphones e tablets e abarcar uma nova etapa de desenvolvimento da internet das coisas - como mostrou a reportagem 2016: ano é dos wearables e da internet das coisas do Mundo do Marketing. 

A tecnologia já está disponível para a nova onda, mas será que os consumidores estão prontos para as casas conectadas?
A grande questão hoje para a indústria é definir se os equipamentos conectados já podem ser direcionados ao mainstream ou ainda devem buscar uma segmentação. 

O Google provou o perigo de se tentar popularizar um gadget prematuramente com os seus óculos inteligentes. Apesar de divergências internas na empresa, o Google Glass foi vendido com foco no público em geral e não prosperou. Sua fabricação acabou interrompida, após a invenção ser abraçada apenas para usos mais específicos.

O McKinsey Global Institute realizou uma pesquisa na qual consultou aproximadamente 2.000 residências norte-americanas para saber a opinião dos moradores a respeito das casas conectadas. 

O levantamento mostrou que segmentos distintos de consumidores têm suas questões a serem resolvidas a fim de desbloquear o crescimento da internet das coisas. Por lá, 56% daqueles que já contam com equipamentos conectados possuem apenas um device. Os mais populares são aqueles voltados para a segurança - escolhidos por 11% do grupo.

Realidade norte-americana
As famílias que ganham mais de US$ 100 mil anuais tem 2,5 vezes mais chances de aderir às casas conectadas e três vezes mais chances de adquirir múltiplos devices. Os equipamentos mais populares são o detector de fumaça conectado (7,1%), o termostato (5,3%), a câmera de segurança (4,2%), a tranca residencial (3,5%) e equipamentos que registram dados vitais do usuário em relação à saúde (2,2%).


A pesquisa também mostrou que 40% das soluções para as casas conectadas são compradas de provedores de serviços e 60% delas, do varejo. Já aqueles que não adquirem os dispositivos não o fazem porque os consideram muito caros (66%), não tem certeza se funcionam bem (39%), consideram que a tecnologia ainda está em desenvolvimento (37%) e preocupam-se com a privacidade (27%).

Ainda assim, os não usuários frequentemente apresentam comportamentos que indicam uma demanda latente por soluções conectadas: 51% deles acidentalmente esquecem luzes acesas; 41% deixam a TV ligada ou outros equipamentos; 36% preocupam-se com o que está acontecendo em casa durante sua ausência; 35% mantêm o ar-condicionado funcionando, mesmo quando o clima externo é agradável; e 31%, por vezes, não conseguem se lembrar se trancaram portas e fecharam janelas.

Perspectiva 2016, internet das coisas, mobile, McKinsey, GartnerPassos iniciais
Para a Samsung, a internet das coisas já deixou de ser uma promessa futurística e se mostra em sincronia com a vida real, ao oferecer valor a consumidores, empresas e à sociedade em geral hoje. 


A companhia busca levar inteligência aos objetos do cotidiano por meio de dispositivos, componentes, plataformas e soluções de segurança que desenvolve e fabrica. Os esforços da sul-coreana foram ressaltados durante CES 2016, uma das principais feiras de tecnologia do mundo, que aconteceu em Las Vegas, entre seis e nove de janeiro.

Entre os aparelhos Samsung já disponíveis no mercado estão as já recorrentes Smart TVs, mas também um novo refrigerador Family Hub, que com uma tela de LED de 21,5 polegadas inclui como funcionalidades a possibilidade de ser o centro de gestão dos mantimentos da casa, compartilhar avisos, fotos e entretenimento da família e ainda verificar, em um dispositivo móvel, o que há dentro do refrigerador, por meio de câmeras embutidas.

A magnitude e o tempo necessários ao desenvolvimento da internet das coisas depende de quão rapidamente as indústrias conseguirão lidar com alguns obstáculos. Entre eles, estão proteções e segurança aos dados dos usuários, a demanda limitada dos consumidores, a fragmentação do mercado, a falta de normas e barreiras tecnológicas. 

A estimativa do mercado é de que haja hoje entre sete bilhões e 10 bilhões de dispositivos conectados no mundo. É esperado que este número cresça de 15% a 20% a cada 12 meses pelos próximos cinco anos, alcançando 26 bilhões a 30 bilhões em 2020.

Perspectiva 2016, internet das coisas, mobile, McKinsey, GartnerÁreas mais promissoras
A McKinsey estimou recentemente que a internet das coisas pode gerar de US$ 4 trilhões a US$ 11 trilhões em valor, globalmente, em 2025. Esses números representam o potencial de movimentação no setor tanto com a venda de devices para o consumidor final quanto para empresas. 


Entre as verticais mais promissoras, na avaliação da McKinsey, estão os wearables usados para exercícios físicos, equipamentos para casas inteligentes, como luzes automáticas, eletrônicos médicos, devices voltados para automação industrial e aqueles que colaborarem para o desenvolvimento de cidades inteligentes.

Uma casa inteligente poderá ter entre 50 e 100 dispositivos conectados à rede wireless, o que já aponta para desafios e oportunidades com os quais as companhias devem começar a lidar o quanto antes, especialmente na área de TI. Cada vez mais, as empresas precisam ser capazes de coletar, analisar e armazenar dados provindos desses equipamentos de forma eficiente e ágil.

As empresas ainda estão dando os primeiros passos na remodelação de suas equipes e estratégias de TI. Fato é que os pioneiros terão vantagem, uma vez que esse setor está baseado em interfaces e plataformas de dados proprietárias, que se comunicarão como um grande sistema nas casas. 

As companhias AT&T, Cisco, GE, IBM e Intel já demonstraram que querem liderar o movimento e fundaram em conjunto o Industrial Internet Consortium (Consórcio de Internet Industrial, em tradução livre).

Já está claro que os atuais produtos e sistemas terão que ser revistos muito em breve. Para a Gartner, em 2020, não haverá mais aplicativos e a interface usada pelos gadgets será baseada em assistentes virtuais.

A “Era Pós-APP” emerge diante da importância que os algoritmos vem ganhando nesse setor e à medida que a inteligência artificial evolui. As máquinas serão capazes de aprender sozinhas, já que os algoritmos se auto ajustarão, segundo previsão da Gartner. 

Na prática, as próprias máquinas passam a tomar ações baseadas nos algoritmos. O futuro previsto por tantos filmes de ficção científica parece estar de fato mais próximo.

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