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domingo, 25 de setembro de 2016

Entrevista IBM Power Systems: “A Intel está se fechando, e nós abrindo”


Ana Rita Guerra, 
2016/09/23, 14:00
Postado em 25 de setembro de 2016 às 15h40m


Desde que Doug Balog assumiu a direção do Power Systems, em 2013, muita coisa mudou na arquitetura para servidores da IBM. Ela não só está mais aberta e interoperável: também subiu na nuvem. Conversamos com o executivo durante o IBM Edge, que decorreu essa semana em Las Vegas.
*em Las Vegas
Que balanço você faz do Power8?
Quando a gente começou o desenho do Power8 faz vários anos, vimos a tendência para big data. Não sei se chamava big data na altura, mas vimos isso. Continuamos trabalhando na performance core, caches, largura de banda da memória, abertura, e penso que conseguimos agora estar numa boa plataforma para big data e analítica. 

Já tem mais de 200 grandes clientes correndo SAP Hana em Power no último ano, uma das plataformas de crescimento mais rápido para SAP. O Power é uma grande plataforma para big data e o que estamos antecipando no Power9 vai acelerar isso. Vemos o Power9 como uma grande plataforma para computação cognitiva.

Você pode falar um pouco do negócio, que está crescendo? 
Sim, tivemos um excelente ano no Power no ano passado, com quatro trimestres consecutivos de crescimento. Foi a primeira vez em quatro anos que tivemos essa sucessão de subida. Isso validou a estratégia que implantei quando cheguei no cargo há três anos, de não só continuar servindo nosso negócio principal, mas também entrar nesses novos espaços de Linux em Power. Vimos crescimento em todos os mercados, mas continuamos com problemas na China, que tem seus próprios desafios no mercado. Tudo desde América a Europa teve um forte crescimento no ano passado.

Esse ano, o terceiro ano do ciclo do Power8, nosso negócio principal tem tido alguns desafios. Se você pensar em Power, estamos servindo dois mercados: o do Unix proprietário, em que somos o fornecedor número um com 60% de quota, muito distante da Oracle e da HP UX. 

Ao mesmo tempo, temos Linux em Power, que é um mercado muito grande e em crescimento. Vale US$18 bilhões e cresce 6% a 7%. Então, esse ano a gente está se dando bem no mercado Linux, mas óbvio que partimos de uma base pequena. O negócio principal, Unix proprietário, tem estado mais modesto, e parte disso é o fim do ciclo de atualização.

Como o roadmap do Power Systems encaixa no IBM i? 
A gente lançou três releases do IBM i, 7.1, 7.2 e agora 7.3 mais rapidamente que no passado. O time do IBM i tem sido mais ágil para trabalhar mais rapidamente. Estou contente com o conteúdo de software do IBM i e claro, corre em nossos sistemas. Em relação aos resultados, o IBM i tem estado estável e cresceu um dígito no segundo trimestre.

Transformação digital: qual o contributo da IBM?
Nossos clientes todos estão passando por essa transformação digital. Não tem um cliente no planeta com quem isso não esteja ocorrendo. Até a gente, como companhia, está passando por isso. Grande parte disso é transitar para essa era da nuvem e do cognitivo

Vemos isso diretamente conectado com o que os clientes precisam fazer para serem totalmente digitais. O que estamos fazendo com o Power na transformação digital é para que seja essa plataforma para o cognitivo, entregue na nuvem – quer seja on premise, off premise ou híbrido.

Como é a integração do Power Systems com outras plataformas nos clientes?
Um grande aprendizado para a gente à medida que entramos nesse enorme mercado de servidores Linux foi relacionado a não sermos incumbentes. Somos o novo player entrando, com uma plataforma diferenciadora. Mas o que a gente não queria fazer era entrar e pedir para o cliente mudar seu modelo operacional. 

Então falamos que íamos suportar OpenStack, porque isso é o que os clientes estão usando, criamos o Power VC. Anunciamos suporte total a OpenStack para alguns de nossos parceiros de distribuição, como Ubuntu, no futuro RedHat, e Mirantis.

Você pode elaborar nessa parceria com a RedHat, como ajudará no posicionamento?
A gente tem um longo relacionamento com a RedHat nas plataformas z e Power. Com base em nossa estratégia para Linux em Power, a questão que nossos clientes colocaram é que queriam ter mais RedHat. Então a direção é criar um laboratório conjunto de inovação para trazer mais do stack RedHat para a plataforma Power. Para os clientes, é um bom sinal da vitalidade da RedHat.

Como a IBM está passando essa nova mensagem de abertura?
Antes, a equipe Power fazia tudo: era nosso sistema operacional, nosso hardware. Agora, estamos criando produtos e soluções que dependem totalmente de nossos parceiros. Acabamos de anunciar uma parceria com a NVidia, em estamos embarcando sua propriedade intelectual em nosso chip. 

Isso é uma grande aposta, porque eles têm uma das melhores placas gráficas do mercado. É uma equipa Power muito diferente de há três anos, uma cultura e estratégia muito diferentes. Curiosamente, meu concorrente Intel está indo na direção oposta. A Intel está se fechando, e nós abrindo. O mundo está ao contrário.

A Intel tem uma “certa” vantagem em quota de mercado. 
Sem dúvida. Mas está ficando no ponto para sofrer disrupção. Já vimos isso muitas vezes no mercado, o incumbente que tenta se proteger de repente sofre essa disrupção.

A região LATAM tem alguns desafios socio-econômicos nesse momento. Como seus clientes estão lidando com isso?
A gente divide a LATAM como diferentes mercados e negócios. O Brasil é certamente a região que domina, financeiramente, a receita que a gente gera na LATAM. Você tem os grandes bancos e o resto do mercado. No geral, temos visto uma grande adoção de Power no resto do mercado. 

Baseado no que tem sucedido com relação aos câmbios e inflação, os bancos estão se movendo um pouco mais lentamente. Como muitos clientes, eles estão falando de cloud on-premise, preço baseado no que usam, é interessante. Apesar de haver diferenças no que vemos ocorrendo no Brasil, em particular, os requisitos dos clientes são muito típicos.

É um mercado diferente, com outros desafios, mas as necessidades são as mesmas que vejo pelo mundo fora. Isso é parte do motivo pelo qual a gente criou esses novos modelos para Power. Daí criamos a oferta cloud para nossos sistemas high-end.

Qual sua mensagem para os CIOs da região?
A gente precisava transformar a plataforma Power para ser relevante no futuro. Por isso sempre digo: não pense em nós como o que éramos, mudamos. Minha mensagem é: eu garanto que você vai fazer algo relacionado com big data, que está olhando para a nuvem e para cognitivo, tente Power. É a melhor plataforma para isso.

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