2018/04/16, 10:15
Postado em 16 de abril de 2018 às 21h35m
O fechamento de escolas no Brasil está crescendo, mas há alternativas mais viáveis para manter o ensino público vivo no país. Uma delas é a energia solar.
Num momento em que o fechamento de escolas no Brasil não para de crescer — de acordo com um levantamento da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), de 2002 até o primeiro semestre de 2017 30 mil escolas rurais deixaram de funcionar – e em que há uma necessidade de aporte financeiro enorme para que o Brasil cumpra a meta prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), de destinar pelo menos o equivalente a 10% do PIB à educação até 2024 — o valor segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) seria de pelo menos R$225 bilhões – é necessário encontrar alternativas mais viáveis para manter o ensino público vivo no país.
Uma delas se refere à estrutura de funcionamento dos colégios. Pioneira, a Escola Estadual de Ensino Médio José Luchese de Porto Alegre se antecipou ao que pode ser uma das formas mais usadas de energia futuro e apostou na energia solar.
Há alguns anos, o Rio Grande do Sul investe na ampliação e implantação de micro usinas solares para a produção de energia. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica é o segundo Estado do Brasil que mais gera energia solar. Por isso, em 2016, o governo gaúcho em parceria com a Japan Tobacco International (JTI), indústria localizada em Santa Cruz do Sul, estendeu essa tecnologia ao EEM José Luchese, que se tornou a primeira escola estadual do Rio Grande do Sul a receber energia solar.
O investimento, proveniente do Programa Nossas Comunidades Rurais e Alcançando a Redução do Trabalho Infantil pelo suporte à Educação (ARISE), mantido pela JTI em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a ONG Winrock Internacional (WI), possibilitou a instalação de 25 painéis solares de 315 Watts cada um, com capacidade de geração média de 945 KW por mês, o que representa 80% da necessidade mensal da instituição de ensino.
Com a economia na conta da luz, antes paga pelo Governo do Estado, foi possível contratar uma professora para atender permanentemente os alunos em oficinas de música que acontecem no contraturno escolar, contribuindo para o combate ao trabalho infantil.
A iniciativa recebeu o Selo Solar do Instituto Ideal, uma certificação que reconhece o compromisso da instituição com a sustentabilidade por meio da aposta em uma energia renovável e de baixo impacto para o meio ambiente. Desta forma, a Escola Estadual de Ensino Médio José Luchese é a primeira e única hoje no país a ter este reconhecimento.
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