Na semana passada, o governo de Donald Trump anunciou que expandiria as restrições globais sobre possibilidade de negociação com empresas chinesas.
Por Reuters
18/05/2020 12h00 Atualizado há uma hora
Postado em 18 de maio de 2020 às 13h10m
Huawei afirma que novas restrições comerciais impostas pelos EUA são arbitrárias. — Foto: REUTERS/Aly Song
A Huawei em sua primeira resposta oficial à decisão do governo de Donald Trump de restringir seu acesso a suprimentos globais de chips chamou, nesta segunda-feira (18), a medida de "arbitrária" e disse que seus negócios seriam impactados.
"Esperamos que nossos negócios sejam inevitavelmente afetados. Vamos tentar o máximo possível para encontrar uma solução", disse o presidente Guo Ping em seu discurso na cúpula anual de analistas da Huawei.
"Sobrevivência é a palavra-chave para nós no momento", disse Guo em uma sessão de perguntas e respostas.
Guo disse que a Huawei está comprometida em cumprir as regras dos EUA e aumentou significativamente seu estoque, pesquisa e desenvolvimento para atender às pressões norte-americanas.
A decisão de sexta-feira do Departamento de Comércio dos EUA amplia a autoridade do país para exigir licenças de vendas para a Huawei de semicondutores fabricados no exterior com tecnologia norte-americana, ampliando seu alcance para interromper as vendas da segunda maior fabricante mundial de smartphones.
A empresa foi incluída na "lista de entidades" do Departamento de Comércio há um ano devido a preocupações de segurança nacional, em meio a acusações de Washington de que a empresa violou sanções dos EUA ao Irã e que é capaz de espionar clientes de seus equipamentos.
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A Huawei tem negado as acusações e buscou licenças especiais para conseguir manter negócios com seus parceiros.
A Huawei disse que a nova decisão dos EUA é "arbitrária e prejudicial e ameaça minar a indústria em todo o mundo".
"A Huawei se opõe categoricamente às emendas feitas pelo Departamento de Comércio dos EUA sobre a regra de produtos estrangeiros que visam especificamente a Huawei", afirmou em comunicado, acrescentando que a inclusão da empresa na lista de entidades por Washington também não tem justificativa.
Guo disse que a Huawei gastou US$ 18,7 bilhões comprando de fornecedores norte-americanos no ano passado e continuará comprando deles se o governo dos EUA permitir. Ele disse que os clientes apoiaram a empresa, mas reconheceu que ficou mais difícil conquistar contratos desde que a Huawei foi adicionada à lista de entidades.
A empresa teve que reescrever 60 milhões de linhas de código e investir o trabalho de mais de 15 mil pessoas em pesquisa e desenvolvimento, como forma de lidar com as pressões criadas ao ser colocada na lista de proibição comercial.
Ele acrescentou que a Huawei desde então se comprometeu a cumprir todas as regras e regulamentos do governo dos EUA, mas, apesar de seus esforços, o governo dos EUA decidiu continuar e ignorar completamente as preocupações de muitas empresas e associações do setor.
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