Falha em antivírus teria permitido entrada de invasores chineses.
O Japão está investigando a possibilidade de que hackers tiveram acesso a dados de um protótipo de um míssil licitado pelas forças armadas japonesas. As informações podem ter vazado da Mitsubishi Electric, que participou da licitação e teve sua rede invadida por hackers em março de 2019.
A investigação foi anunciada pelo secretário-chefe do gabinete do governo, Yoshihide Suga, mas o inquérito está sendo conduzido pelo Ministério da Defesa. Suga explicou que o objetivo é averiguar o "impacto" do vazamento na segurança nacional do Japão.
O blog procurou a Mitsubishi Electric nesta segunda-feira (25) para que a empresa se pronunciasse, mas não houve resposta até a publicação.
A licitação tratava de um míssil supersônico conhecido como HGV. De acordo com a "Associated Press", acredita-se que o Japão pretende adotar o armamento na defesa de ilhas remotas ameaçadas pela "assertividade" militar da China na região.
A Mitsubishi Electric é uma das várias empresas do conglomerado Mitsubishi e é focada na produção de equipamentos eletrônicos. A empresa não foi a vencedora da licitação, mas havia preparado um projeto para encontrar fornecedores e entrar na disputa. Durante esse processo, a empresa digitalizou instruções e documentos sigilosos do governo que haviam sido entregues em papel. A digitalização desses textos não era permitida.
A invasão à rede da Mitsubishi Electric foi revelada pela própria empresa em janeiro. A companhia informou que os invasores teriam copiado 200 MB de dados, entre os quais estariam informações pessoais de 8 mil indivíduos – todos colaboradores ou candidatos para vagas de emprego na empresa.
Segundo relatos publicados na imprensa japonesa, os invasores teriam conseguido acesso à rede explorando uma falha no programa antivírus usado pela Mitsubishi Electric. Os invasores estariam ligados ao Tick, um grupo de ciberespiões chineses conhecidos por atacar alvos no Japão.
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