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Adam Mosseri disse ao Senado dos EUA que rede social pode contribuir para adolescentes em dificuldades. Audiência aconteceu após Frances Haugen vazar documentos que indicam que o Facebook sabia dos riscos do aplicativo para usuários mais jovens.===+===.=.=.= =---____--------- ---------____------------____::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::____-------------______--------- ----------____---.=.=.=.= +====
Por France Presse
Postado em 08 de dezembro de 2021 às 22h25m
Post. N. - 4.219
Adam Mosseri, chefe do Instagram, em audiência do Senado americano — Foto: Reuters/Elizabeth Frantz
O chefe do Instagram, Adam Mosseri, depôs nesta quarta-feira (8) ao Senado americano e afirmou que o aplicativo "pode ajudar" os adolescentes em dificuldades. A audiência ocorreu dois meses após a denunciante Frances Haugen afirmar que os produtos do Facebook prejudicam as crianças.
Mosseri testemunhou depois que Haugen, ex-gerente de produto do Facebook, vazou documentos que indicam que o Instagram sabia por meio de estudos internos dos riscos do aplicativo para os usuários mais jovens. Esta é uma das revelações do caso conhecido como Facebook Papers.
"Algumas vezes, os jovens vêm ao Instagram quando estão lidando com temas complicados em suas vidas. Acho que o Instagram pode ajudar muitos deles nestes momentos", afirmou Mosseri em seu testemunho preparado para a audiência. "Isto é algo que nosso estudo também sugeriu", disse.
Quando questionado, o executivo não garantiu que o Instagram desistirá de desenvolver uma versão do seu aplicativo para menores de 13 anos. Ele se limitou a dizer que a rede social não permitiria a criação de contas para crianças de 10 a 12 anos sem o consentimento dos pais.
Os documentos vazados por Haugen indicam que o Facebook sabia que o Instagram é "toxico" para adolescentes. Um dos estudos, realizado em 2019, revelava que o Instagram refletia uma imagem pessoal negativa para um terço das jovens com menos de 20 anos.
Outro, de 2020, mostrava que 32% dos adolescentes consideravam que o uso da rede social tinha piorado a imagem que tinham de seus corpos, com os quais não se sentiam mais satisfeitos.
'Impacto na saúde mental'
"As próprias pesquisas do Facebook alertaram para a direção, durante anos, do impacto prejudicial do Instagram sobre a saúde mental dos adolescentes", disse o senador democrata Richard Blumenthal, que preside a subcomissão de proteção aos consumidores perante a qual Mosseri se apresentou.
O legislador afirmou que a plataforma continuou "se beneficiando dos conteúdos porque significam mais tráfego, mais publicidade e dólares".
Ícone do Instagram. — Foto: REUTERS/Thomas White
"Estou frustrada porque é a quarta vez em dois anos que falamos com alguém da Meta (controladora do Instagram e do Facebook) e tenho a impressão de que a conversa se repete sem cessar", declarou a senadora Marsha Blackburn, líder dos republicanos na subcomissão.
Em meados de novembro, vários estados americanos abriram uma investigação para determinar se a Meta permitiu deliberadamente que crianças e adolescentes usassem a rede social apesar de saber que a plataforma poderia afetar sua saúde física e mental.
Novos recursos
Na véspera da audiência, o Instagram anunciou mudanças para reforçar a proteção dos mais jovens. O aplicativo vai impedir que usuários marquem em suas publicações adolescentes que não os sigam em seus perfis e será mais estrito quanto ao que recomenda aos jovens.
Recurso "Fazer uma pausa" chega ao Brasil no começo de 2022 — Foto: Instagram
A rede social também vai propor, em março de 2022, ferramentas para permitir aos pais ver quanto tempo seus filhos passam no aplicativo e estabelecer limites. E dará em breve acesso a um centro de informação com tutoriais e conselhos de especialistas.
O Instagram liberou ainda a opção "Faça uma pausa", que vai sugerir aos usuários parar por um tempo antes de continuar vendo conteúdo no aplicativo. Neste momento, ela está sendo liberado apenas em quatro países: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália. A rede social informou que o recurso terá alcance global a partir de janeiro de 2022.
Mosseri adiantou que, em janeiro, o aplicativo ganhará um espaço para adolescentes revisarem sua atividade no Instagram, o que inclui desde o conteúdo postado no perfil até curtidas e comentários.
A mudança vai oferecer uma forma de eliminarem rapidamente algo compartilhado para que possam "gerenciar mais facilmente sua pegada digital".
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