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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Brasileiros optam por torcerem em casa e desafiam varejo


"Apenas 11% dos torcedores afirmam que assistirão às partidas em bares ou restaurantes. Já os mercados de snacks e bebidas já estão aquecidos, com destaque para os amendoins."



*$:$* Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 11/06/2014



Foram poucos os brasileiros que conseguiram ingressos para assistir aos jogos da Copa do Mundo de dentro dos estádios. Isso torna todo os demais metros quadrados da cidade estratégicos para as marcas que querem estar ao lado dos torcedores na hora em que a bola começar a rolar. 

Apenas 4% do público estarão a poucos metros do campo. Dos 96% restantes, no entanto, quase três quartos assistirão às jogadas de dentro de casa, segundo a pesquisa Copa 2014, realizada pela LeadPix em parceria com o Mundo do Marketing, cenário que impõe desafios especialmente ao varejo.

Somente 11% dos entrevistados afirmaram que estarão em bares ou restaurantes nos dias de disputa entre as seleções. O mesmo percentual respondeu que estará no trabalho. Há ainda aqueles que garantem que permanecerão longe de aparelhos de televisão na hora das partidas: 7% disseram que não pretendem assistir aos jogos. O desafio é ainda maior para empreendimentos que devem ser evitados pelos torcedores nos dias mais importantes do mundial.

Principalmente durante as disputas da Seleção Brasileira, 24% dos entrevistados afirmaram que deixarão de frequentar a academia ou fazer esportes, 21% não irão a supermercados e 14% passarão longe de shoppings. “As pessoas que priorizam suas casas ou a de amigos e familiares para assistir aos jogos estão buscando comodidade. Há também o receio em relação à ocorrência de manifestações nas ruas ou a qualquer outro risco”, comenta Wiliam Kerniski, Diretor Executivo da Leadpix.

Na briga por torcedores
As empresas tentam reverter essa situação organizando ações que atraiam os torcedores. A rede de restaurantes Fogo de Chão quer incrementar em 40% seu faturamento no período da Copa, chamando principalmente os turistas para dentro de suas casas especializadas em churrasco. Todas as nove unidades, no Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo, ganharam telões que exibirão todas as partidas da Copa.


Para os shoppings, o desafio é ainda maior. O Grand Plaza, em Santo André, São Paulo, adotou uma iluminação especial nas cores verde e amarela para celebrar o evento, mas decidiu não competir com a Seleção Canarinho. Todas as lojas do Grand Plaza serão fechadas uma hora antes do início das partidas e reabertas depois ao final dos jogos do Brasil. 

Permanecerão em funcionamento o Extra Hipermercado e o Boulevard Gastronômico, onde os restaurantes transmitirão as disputas para clientes previamente agendados.
Já o Shopping Pátio Alcântara, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, busca conquistar os torcedores ajudando-os a completarem seus álbuns da Copa. 

O empreendimento promove troca de figurinhas toda terça, quinta e sábado deste mês, das 17h às 19h, na Praça de Alimentação. Trata-se de uma tentativa de entrar para a festa.

Setores beneficiados
Outros setores terão mais facilidade para incrementar vendas durante o mundial. Na Pesquisa Copa 2014, 48% dos entrevistados afirmaram que comprarão petiscos e bebidas e 34%, bandeiras. No segmento de snacks, as fabricantes de amendoim já sentem o aumento da demanda e os desafios logísticos, em função das compras concentradas nos dias mais próximos aos jogos.


Prevendo a procura por seus produtos, a Dori antecipou investimentos e renovou toda a sua linha de produção de amendoins japoneses, comprando novas máquinas, que começaram a trabalhar há pouco mais de um mês. A companhia também modificou embalagens e investiu no licenciamento da turma do Looney Tunes. A expectativa é de que as vendas cresçam cerca de 30% em relação ao ano passado. O incremento já alcançou quase 20% nesse período pré-mundial.

Apesar de todo o planejamento, a equipe foi surpreendida por desafios logísticos, impostos com a decretação dos feriados e com a postergação das encomendas por parte do varejo. “No mês passado, recebemos um número de pedidos além do previsto e não tivemos como atender a toda a demanda. 

Acabamos colocando os clientes em fila, gerando atrasos nas entregas. Agora, posso dizer que todo o varejo está abastecido”, afirma Jean Carlos Paiva, Gerente Sênior de Marketing da Dori, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Baixo engajamento
Os supermercados e pequenos comércios demoraram a realizar encomendas, possivelmente por receio de que os brasileiros não fossem contagiados pelo clima festivo. Cerca de um quarto da população, de fato, afirma que não gostaria de ver a Seleção Brasileira campeã ou ainda que o resultado não importa, segundo a pesquisa Copa 2014. 


Desse grupo, 58% temem que os gastos excessivos com a organização do evento sejam esquecidos com uma vitória, enquanto 21% acreditam que placares positivos possam distorcer o resultado das eleições.
Ainda assim, 73% dos entrevistados consideram a Seleção Brasileira favorita ao título, seguida de Alemanha (12%), Argentina (6%) e Espanha (4%). 

As equipes que se destacaram em outras Copas, como Itália, Portugal e França, tiveram apenas 1% cada. A aposta dos brasileiros para a artilharia do mundial é o jogador Neymar Jr. (31%), seguido de Fred (23%), Cristiano Ronaldo (19%) e Messi (12%).

Não são nomes apenas de atletas os lembrados pelos torcedores. Há também marcas que conquistaram mais sucesso em suas ativações, principalmente por conta dos investimentos recorrentes no esporte ao longo da história. A primeira empresa mais lembrada pelas pessoas ouvidas na pesquisa da LeadPix e do Mundo do Marketing foi a Nike, que não é patrocinadora da Copa do Mundo, mas sim da Seleção Brasileira. 

A concorrente Adidas, que adquiriu as cotas da FIFA, ficou em colocação bem abaixo em awareness. Acompanhe amanhã a partida entre as marcas, quem está perdendo de goleada, empatando e vencendo em uma reportagem especial sobre as marcas patrocinadoras e não patrocinadoras do mundial e da Seleção.

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