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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Lá vem o chato do ROI de novo. Agora vai falar sobre a crise

"Neste momento, profissionais precisam ser capazes de demonstrar que Marketing não é investimento nem custo, mas matéria-prima para os objetivos e o propósito da marca."


*.\0/.* Por Bruno Mello | 25/08/2015

Infelizmente não temos como fugir do assunto “crise”. Alguns meses atrás, decidimos que nosso foco editorial não seria mais a dificuldade econômica pela qual o Brasil vem passando, mas fechar os olhos para o que acontece no mercado seria de um erro tamanho que prestaríamos um desserviço a você, habitante do Mundo do Marketing. 

Nosso foco continua sendo as melhores práticas, as soluções e os caminhos para fazer do limão uma limonada, porém, temos que reconhecer e apresentar soluções para este momento de dificuldade.

E, em fases de retração em muitos setores como estamos presenciando, passamos a frequentar cada vez mais a sala do nosso amigo de finanças – ou ele a nossa – ou ainda a do chefe que decide pelos investimentos. Afinal, parte da decisão de investirmos depende dele.

Como o cenário é de incerteza, na melhor das avaliações (muitos estão certos de que a recessão só dará uma trégua em 2017 e, após ela, a retomada será lenta), a chave do cofre está sendo mantida na boca do jacaré. Todo cuidado é pouco ao utilizar o dinheiro da companhia. Muitos planos de Marketing entraram na geladeira e estão congelados até segunda ordem. Quando será liberado, ninguém sabe.

Depende da retomada das vendas ou, pelo menos, da melhora em torno da expectativa de consumo.
Por isso, em mais uma reunião de pauta aqui no Mundo do Marketing, discutimos sobre a importância de uma reportagem sobre Retorno de Investimento. Afinal, como podemos investir se não conseguimos medir as vendas? Já tinha até dois recortes. 

O primeiro deveria buscar esclarecimento sobre o que fazer para não ter (mais) cortes no orçamento de Marketing. E o segundo buscaria alternativas para quem teve diminuição na verba. Como fazer mais com menos? Esta segunda reportagem, nós conseguimos manter (em breve publicaremos). A primeira, no entanto, foi derrubada, como dizemos no jargão jornalístico para quando o conteúdo não vai sair. Mas por quê?

Porque não teríamos muitas novidades para compartilhar e tocaríamos em assuntos já bastante debatidos por aqui, como a necessidade de demostrar resultado das ações de Marketing, da complexidade que é esta tarefa e como esta filosofia ainda engatinha no Brasil. E os exemplos seriam os mesmos. 

As receitas, muito semelhantes ao que já falamos em outras reportagens, como focar em ações digitais, cujo monitoramento e a aferição de resultados são mais tangíveis. Ou no ponto de venda, onde o resultado também é quase que imediato.

Seria como gritar em um deserto, embora o espaço estivesse cheio de pessoas. São profissionais que conhecem minimamente a importância do ROI, que por vezes o implementam, mas continuam fechando os olhos para a sua importância, especialmente em momentos como este. 

Se fosse ao contrato, se a cartilha estivesse sendo seguida e a mensuração realizada com sucesso, o cenário seria o inverso, com o aumento do investimento, pois se saberia exatamente de onde vem os melhores resultados.
Entretanto, estamos numa situação que manter o budget já estaria ótimo. Porém, o caminho da maioria das empresas está sendo o inverso. 

Os cortes começaram antes de terminar o ano de 2014 e só se aprofundam. O que também é um mal indicador. É chato falar algo tão básico, mas ainda necessário: Marketing não é nem investimento nem custo, mas matéria-prima para a empresa desenvolver seus objetivos e propósito. 

É o sangue que corre nas veias das companhias. Tirar este sangue num momento em que muitas estão precisando de uma transfusão é o começo do fim. 
ROI, crise

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